terça-feira, 29 de setembro de 2009

PROMISCUIDADE POLÍTICA CENSURÁVEL


Fui daqueles que sempre me insurgi contra a promiscuidade entre a política e o futebol e vice-versa. Nesse sentido, habituei-me a admirar Rui Rio, actual Presidente da Câmara Municipal do Porto que não obstante ter denunciado essa situação, ainda em campanha, conseguiu ganhar as eleições autárquicas naquela cidade, em 2002, contra o candidato do Partido Socialista, Fernando Gomes que tinha o apoio do Presidente do Futebol Clube do Porto, Pinto da Costa.

Durante os dois mandatos de Rui Rio, a promiscuidade com o Futebol Clube do Porto estancou e, por isso, louvo a sua isenção e coragem, porque não era qualquer candidato à Câmara do Porto que se insurgiria contra Pinto da Costa.

Lamento que o Presidente do maior Clube português, Filipe Vieira, não lhe siga o exemplo, abstendo-se de participar em actos de natureza política, como aconteceu nas últimas eleições Legislativas, ao conceder oficialmente e publicamente o seu apoio a José Sócrates.

Mas não satisfeito com esta sua aparição pública, apoiando o Partido Socialista e o seu candidato a Primeiro-Ministro, José Sócrates, veio agora de novo, repetir essa aparição pública, desta vez a dar o seu apoio ao candidato Socialista à presidência da Câmara Municipal de Lisboa.

Luis Filipe Vieira está a cometer um grave erro, ao não adoptar uma posição de completa neutralidade e isenção face às forças políticas.

Por muito que o Presidente do Benfica explique que o apoio é pessoal, ninguém é ingénuo para não compreender que o seu nome será sempre reconhecido e associado ao cargo que ocupa na Instituição Benfica.

Pessoalmente, sempre achei que Luis Filipe Vieira era suficientemente expedito e inteligente para não se deixar enlear neste tipo de iniciativas partidárias porque apenas deve comparecer em representação do Benfica, em eventos onde todos os benfiquistas se sintam representados.

Nos milhões de adeptos e simpatizantes do Benfica, há cidadãos de todas as tendências políticas, pelo que ao dar apoio ao Partido Socialista, está a trair todos os benfiquistas que não se revêem naquele Partido e, para além disso, está a pôr em causa uma futura boa relação institucional com outro Presidente, se António Costa não ganhar.
Luis Filipe Vieira devia ponderar muito bem sobre as exigências do seu cargo e jamais aceitar participar desta promiscuidade que envolve a política e o futebol porque é a sua credibilidade e isenção que está em causa; para além disso, todos os benfiquistas merecem ser representados com dignidade e total isenção, devendo o Presidente do Benfica ponderar a sua demissão caso não consiga cumprir esse seu dever.

Como simpatizante do Benfica, condeno a atitude do Senhor Luis Filipe Vieira, não obstante o ter apoiado, incondicionalmente, em todas as decisões que tomou sobre a vida do Clube.

Uma coisa é certa, já que Luis Filipe Vieira não sabe quais são os deveres inerentes ao seu cargo, alguém com responsabilidades no Clube, deve lembrar-lhe, com a máxima brevidade, esses deveres.

sábado, 26 de setembro de 2009

ESTE BENFICA NÃO ESTÁ PARA BRINCADEIRAS


Tudo se alterou relativamente à época 2008/2009, em que o Leixões foi a equipa sensação até ao final da primeira volta, tendo roubado quatro pontos ao Benfica, fruto dos dois empates, em casa e fora.
Desta vez o Leixões não teve qualquer chance. Aguentou até quase ao final da primeira parte, sem sofrer golos, mas à custa de muitas faltas à margem das leis que puseram em perigo a integridade física dos jogadores do Benfica. O árbitro teve que actuar disciplinarmente e aos 27 minutos expulsou Pouga, por entrada violenta a Di Maria, mostrando-lhe o segundo amarelo.
A resistência do Leixões acabou quando já em período de descontos, David Luis correspondeu, de cabeça, a um livre indirecto marcado por Aimar, colocando os encarnados a vencer por 1-0.

Na segunda parte, o Benfica continuou a carregar e aos 55 minutos Nuno Silva derrubou Aimar já dentro da grande área, tendo sido expulso com vermelho directo, ficando o Leixões, a partir desse momento, reduzido a nove elementos. Se até aí a missão era difícil, a partir desse momento, o Leixões ficou impossibilitado de atacar e, ao mesmo tempo, de defender e evitar uma goleada.

Mas o que me surpreendeu na estratégia deste Leixões foi a postura suicida com que encarou o encontro, preocupando-se mais em jogar nas pernas dos jogadores adversários do que na bola. Os jogadores do Leixões viram seis cartões amarelos e um vermelho directo mas teriam sido muitos mais se o Juiz da partida, o Senhor João Capela tivesse punido outras faltas perigosas, inclusive o penalti sobre Ramires que ficou por assinalar.

Ora, o Leixões e de certa forma, todas as equipas que utilizam este jogo faltoso, para além de não contribuírem para o espectáculo, acabam por se punir a si próprias, com as inevitáveis expulsões e depois tornam ainda mais difícil a sua missão. É caso para dizer que o crime não compensa e eu estou convencido que a equipa de Matosinhos, com onze jogadores em campo, tinha perdido igualmente o jogo mas tinha dado uma maior réplica e evitado uma goleada por cinco bolas de diferença.

É necessário e urgente que a Liga Sagres rivalize com os campeonatos mais competitivos da Europa e do Mundo e que todas as equipas entrem em campo com lealdade e com o único objectivo de ganhar e jogar bom futebol. Esta é a única forma de proporcionar bons espectáculos, encher os recintos desportivos de espectadores e fazer com que vencedores e vencidos, no final de cada encontro, sejam considerados dignos adversários.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

PARABÉNS AO SENSASIONAL BRAGA


O Braga destronou a equipa/sensação da época de 2008/2009, o Leixões


Na época de 2008/2009, foi o Leixões, treinado por José Mota, a grande revelação da primeira metade do Campeonato, tendo-se mesmo aguentado extraordinariamente bem até à 19ª jornada.

Depois de ter sido batido em casa, pelo Nacional, na 1ª jornada por 3-1, o Clube de Matosinhos só perdeu mais um jogo à 11ª jornada, em casa do Vitória de Guimarães 1-0, tendo feito o seguinte registo até à 19ª jornada: DVVVEVVVVDEEEEEVVE.

O Leixões fez 26 pontos na 1ª volta da Liga Sagres, o que constituiu uma agradável surpresa para uma equipa que tinha chegado à Liga Sagres apenas na época transacta, tendo feito resultados surpreendentes, se nos lembrarmos que foi ganhar a casa do Porto, Sporting e Braga e empatar ao Sport Lisboa e Benfica.

Até à 19ª jornada, o Leixões somou 34 pontos mas depois nas 11 jornadas finais apenas conquistou 10. De qualquer forma, os bébés de Matosinhos fizeram uma excelente época, comparativamente com outras equipas que tinham obrigação de fazer melhor e mercê do seu bom futebol, foi uma equipa muito respeitada e mesmo os resultados desfavoráveis, foram quase todos pela diferença de um golo, com excepção da vitória do Paços de Ferreira e do Futebol Clube do Porto, 4-0 e 4-1.

O Campeonato português para se tornar mais competitivo, atractivo e um dos melhores da Europa e do Mundo, necessita que todas as épocas apareçam mais equipas como o Leixões, a discutir os resultados em qualquer campo e a ganhar aos grandes na sua própria casa.

É nesse sentido que esta época endereçamos os parabéns ao Sporting de Braga que à 5ª jornada, soma outras tantas vitórias, tendo cometido a proeza de vencer o Futebol Clube do Porto, em Braga e o Sporting Clube de Portugal, em Alvalade.

O Sporting de Braga, este ano orientado pelo jovem e ambicioso treinador Domingos Paciência, até ao momento, tem apresentado em campo, bons argumentos futebolísticos e tem demonstrado ser uma equipa sóbria e solidária, o que lhe permite ultrapassar com sucesso, algumas situações difíceis criadas pelos adversários.

Um verdadeiro desportista, gosta de ver jogos equilibrados e empolgantes, em que o resultado, por vezes, nada tem a ver com a supremacia de uma equipa sobre a outra mas sobretudo por um ou outro pormenor técnico/táctico superiormente engendrado pelo treinador, ou então por uma jogada magistral de um jogador fora-de-série.

Este ano, o Braga está, para já, a cotar-se como a melhor equipa da Liga Sagres e segue em 1º, com 15 pontos, seguido do Benfica com 13 e Porto e Sporting com 10.

É muito bom que o Campeonato seja liderado por outras equipas que não os eternos candidatos à conquista do título, Porto, Sporting e Benfica e fico muito satisfeito que tenha acabado o tempo em que os Clubes mais pequenos, em confronto com os grandes, apenas jogavam para não perder por muitos.

Agora os Clubes mais modestos já lutam em qualquer campo para conseguirem resultados positivos e essa nova realidade, vai concerteza trazer à Liga Sagres mais qualidade, mais entusiasmo e mais público, para além de uma maior visibilidade, além-fronteiras, o que pode transformar-se numa grande mais-valia.

Parabéns, portanto, ao Sporting Clube de Braga, pela magnífica vitória alcançada na última Jornada contra o Futebol Clube do Porto, de forma absolutamente justa e transparente, com um golo sortudo de Alan aos 69 minutos mas que colocou justiça no resultado, se nos lembrarmos que houve uma grande penalidade claríssima não assinalada a favor do Braga.

Por mim, sou daqueles desportistas que independentemente das simpatias clubísticas, gostaria que ganhasse sempre a equipa que melhor jogasse e que o Campeão fosse sempre um justo vencedor.

Se no final do Campeonato, essa equipa for o Sporting Clube de Braga, com simpatia e desportivismo, felicitarei o Clube e os seus dirigentes.


terça-feira, 15 de setembro de 2009

A ÁGUIA ESTÁ PUJANTE


Não sei se é para continuar assim, a ganhar jogos e a dar espectáculo mas de facto, há muitos anos que não tinha o privilégio de ver a equipa do Benfica a jogar desta maneira, tomando conta do jogo, pressionando e empurrando o adversário para junto da sua área, marcando golos (o Benfica tem uma média de 2,8 golos por jogo) e criando muitas outras ocasiões para marcar.

É certo que o Benfica empatou o primeiro jogo, em casa, com o Marítimo, mas o resultado final de 1-1, é tremendamente injusto porque exerceu um domínio avassalador, criou imensas ocasiões de golo e até Cardoso falhou a transformação de uma grande penalidade que a ser convertida daria a vitória aos encarnados.

Pode dizer-se que o jogo com o Marítimo foi uma daquelas partidas de futebol em que o Benfica mesmo que continuasse a jogar toda a noite, dificilmente chegaria ao golo, pois na hora de marcar ou a bola batia na trave, no poste, no corpo dos adversários ou saía ligeiramente ao lado dos postes ou por cima da barra.

A equipa madeirense ainda hoje se questiona como conseguiu ganhar um ponto em casa do SLB, tal foi a sua supremacia e provavelmente não voltará a cometer outra proeza desta natureza em jogo com idênticas características.

Depois do empate no jogo inaugural, o Benfica foi a Guimarães ganhar por 1-0, recebeu no seu estádio o Vitória de Setúbal e infligiu-lhe uma pesada derrota de 8-1 e no último domingo foi ao Restelo derrotar o Belenenses por um expressivo 4-0.

Mas o facto mais relevante nestes quatro jogos é que a equipa do Benfica manteve, de princípio ao fim, uma extraordinária dinâmica de vitória, sempre superior aos seus adversários, controlando o jogo e criando muito perigo junto à balisa adversária.

Aquelas vitórias sofridas a que estavam habituados os benfiquistas, desapareceram quase que por magia e agora, em vez da incerteza do resultado, já só pensam por quantos vai ganhar o seu clube.

A equipa já apresenta uma certa coesão e algumas rotinas automatizadas dentro das quatro linhas e acima de tudo faz muita posse de bola, obrigando o adversário a grande desgaste. Quando a percentagem de passes certos subir um pouco mais, a eficácia ofensiva do Benfica pode ser ainda melhor.

Jorge Jesus está a fazer um bom trabalho e a aguentar muito bem a pressão que advém do facto de estar a treinar o maior clube português que ganhou apenas um campeonato nos últimos catorze anos e estar, por isso mesmo, obrigado, em cada época que se inicia, a jogar para ser campeão.

Para já, os jogadores estão a corresponder às expectativas, a jogar com grande alegria e a dar tudo em campo. Não sendo uma equipa de grandes estrelas, o plantel do Benfica é equilibrado e possui boas soluções para todos os sectores.

Estamos no início, o Campeonato vai ser longo e difícil, os benfiquistas não podem entrar em euforias porque é necessário esperar até às derradeiras jornadas, lá para Março/Abril para ver se o Benfica consegue lá chegar em primeiro lugar.

Se a dinâmica se mantiver é bem natural que o Benfica possa ser campeão.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

PORTUGAL - UMA VITÓRIA SOFRIDA

PEPE marcou o golo da vitória e esteve imperial a defender essa vantagem


Portugal tem muito mais valor do que aquele que demonstra em campo. Contra a Dinamarca, esteve mais perto do seu valor, atacou muito mais e esteve muito próximo de marcar dois ou três golos.
No jogo de hoje contra a Hungria, a selecção portuguesa fez dois remates à baliza e teve a felicidade de fazer um golo, através de uma cabeçada fulminante de PEPE, o melhor jogador em campo, na sequência de um livre, apontado superiormente por Deco, para a entrada da grande área.
Esta Selecção da Hungria pareceu-nos uma equipa com muito poucos argumentos, aglomerada em frente à sua baliza, sem capacidade para organizar jogadas de contra-ataque, limitando-se a pontapear a bola para a entrada da grande área contrária, interceptada quase sempre pelos defesas ou pelo guarda-redes da selecção portuguesa.
Portugal só não marcou mais golos porque não imprimiu uma maior velocidade ao jogo e não fez circular a bola ao primeiro toque, em toda a extensão do campo e servindo com mais qualidade Liedson ou Cristiano Ronaldo.
Em certos momentos do jogo, os jogadores portugueses complicaram as coisas, falhando passes muito fáceis e deixando fugir com alguma facilidade os avançados húngaros que em duas ou três ocasiões criaram algum perigo junto à baliza portuguesa, especialmente pelo lado de Duda.
No fundo, acabou por ser uma vitória justa mas muito sofrida porque o resultado tangencial, não transmitiu tranquilidade e segurança aos jogadores portugueses porque a qualquer momento, uma desatenção, um falhanço, uma fífia ou uma simulação mal interpretada pelo árbitro na grande-área portuguesa, podia proporcionar o empate e, com esse resultado, portugal estaria afastado definitivamente da fase final do Campeonato do Mundo, num grupo em que Portugal é, sem qualquer dúvida, a melhor Selecção.
Chegar a este momento, depois de disputados 8 jogos, com apenas 13 pontos, resultantes de 3 vitórias, 4 empates e 1 derrota, faz com que a Selecção Portuguesa fique dependente de terceiros para chegar ao segundo lugar.
Nesse aspecto, a Selecção da última década, habituou mal os portugueses, apurando-se com alguma facilidade para as fases finais do Campeonato do Mundo e da Europa, ao contrário do que acontecia até à era Scolari, que era necessário andar sempre de calculadora na mão.
Enquanto há vida há esperança e há que acreditar que Portugal vai conseguir chegar ao apuramento pois seria uma pena que uma Selecção com tantos bons jogadores não estivesse na fase final do Campeonato do Mundo a disputar na África do Sul, precisamente num Continente onde os Portugueses estiveram durante cinco séculos e onde a Selecção tem uma multidão de fãs.
Força Portugal!

terça-feira, 8 de setembro de 2009

O CORAÇÃO TOLDA-LHE A RAZÃO


Já não é a primeira vez que Miguel Sousa Tavares me desilude com o seu excessivo amor clubístico, o qual lhe tolda por completo a razão e o leva a escrever artigos de opinião completamente disparatados, destituídos de qualquer lógica ou razoabilidade, na defesa do seu Clube e do seu Presidente.
Miguel Sousa Tavares veio agora interceder pelo Presidente do Futebol Clube do Porto e pelo seu Motorista, Afonso Ribeiro que no dia 25 de Agosto último, atropelou o repórter-fotográfico do DN, José Carmo, abandonando o local a grande velocidade e ignorando uma ordem do agente da autoridade que se encontrava no local, para parar.

Segundo as notícias da imprensa, a rua por onde circulava o carro, nas imediações do Tribunal de S. João Novo, é relativamente estreita e, naquele momento circulavam por ela um número indeterminado de pessoas, inclusivé a arguida Carolina Salgado, protegida por alguns agentes policiais. Ora, nestas circunstâncias, qualquer automobilista deveria tomar cuidados redobrados e circular em marcha lenta, em vez de acelerar, como aconteceu com o motorista de Pinto da Costa.
Por outro lado, parece que já não é a primeira vez que Afonso Ribeiro protagoniza episódios desta natureza e ao próprio Pinto da Costa já eu vi afastar os jornalistas de guarda-chuva em riste. Pessoalmente, não vejo o motorista, por sua vontade e iniciativa, acelerar e investir na direcção das pessoas, talvez até com intenção de assustar alguém mas o facto é que acabou por atropelar e ferir uma pessoa que ali estava em serviço.
Pois Miguel Sousa Tavares veio a terreiro defender o Presidente e o motorista, como se estes fossem uns inocentes anjinhos, apresentando em sua defesa uma argumentação descabida e atrevida que pretende fazer dos outros trouxas, especialmente daqueles que estavam no local e assistiram aos acontecimentos.
No desporto como na vida, as pessoas devem esforçar-se por ser justas e imparciais, atribuindo a razão a quem ela efectivamente pertence. Neste caso, como em tantos outros, não me parece que MST esteja a ser sincero e justo e, nesse aspecto, teria sido mais acertado não ter comentado o assunto. Para mim, não há injustiça maior do que condenar a verdade e absolver a mentira e, infelizmente, assistimos neste País, vezes sem conta, nos Tribunais e fora deles, ao triunfo da mentira sobre a verdade.
Enquanto houver homens para quem o Clube, o Partido, os amigos e tantas outras coisas, são muito mais importantes do que a verdade, esta vai continuar a ser vexada, humilhada e derrotada.

MADAIL JÁ ESGOTOU O SEU TEMPO


Tempos houve em que os jogadores da Selecção das quinas reivindicaram melhores prémios.

Mas nesse tempo, os atletas não usufruíam os ordenados chorudos que agora auferem. São outros tempos, em que as remunerações dos atletas que têm valor para chegar à Selecção, passaram do patamar dos milhares para milhões de euros.

Quem não parece ter-se apercebido desta realidade, é o Presidente da Federação Portuguesa de Futebol que na véspera de um jogo importantíssimo para as aspirações da Selecção Portuguesa, relativamente ao apuramento para a fase final do Campeonato do Mundo de 2010 na África do Sul, veio declarar publicamente que estaria disponível para aumentar o prémio de jogo, frente à Dinamarca, em caso de vitória.

Quem não gostou nada desta calinada do Presidente da Federação, foram os jogadores que pela voz de um dos capitães, disseram de sua justiça, respondendo à letra, a tão patética declaração. Deco, veio dizer que os jogadores não precisam de incentivos monetários para lutar pela vitória frente à Dinamarca ou qualquer outra Selecção. Disse que ninguém mais do que os jogadores gostaria de vencer todos os jogos e que o maior prémio que um jogador de selecção pode aspirar, é estar presente em todas as competições importantes e, se possível, ganhá-las. Neste caso, o maior prémio para os jogadores portugueses, seria estar presentes na fase final do Campeonato do Mundo da África do Sul, para poderem ter o privilégio de se mostrarem naquele grande evento desportivo e defrontarem as melhores selecções do Mundo.

Deco disse ainda que o Presidente da Federação foi muito infeliz nas declarações que fez e que caíram muito mal em todos os jogadores, podendo levar as pessoas a interpretar que os jogadores da Selecção não ganham os jogos porque os prémios são insuficientes.

O Senhor Gilberto Madail tem cometido muitas gafes ao longo do seu mandato, algumas mais graves do que outras mas que, de alguma forma, como agora se verificou, não dignificam o Órgão federativo a que pertence nem tão pouco o futebol português. Por outro lado, talvez até pelo cansaço acumulado durante uma dúzia de anos, a sua acção como Presidente, encontra-se em fase de notório declínio.

Nesse sentido, seria óptimo que para o próximo mandato houvesse uma substancial renovação dos dirigentes federativos, a começar pelo Presidente da Federação.

sábado, 5 de setembro de 2009

ÚLTIMA OPORTUNIDADE

Para estar presente no Mundial da África do Sul, Portugal tem que ganhar hoje à Dinamarca, no seu reduto, vingando a derrota de Alvalade 3-2, num jogo em que a Selecção das Quinas foi superior mas não teve engenho para transformar em golos essa superioridade. Os Dinamarqueses, na hora de marcar, são frios e calculistas e basta-lhes uma ou duas oportunidades para facturar. Por isso mesmo, é necessário muita cautela para não sofrer golos e tornar ainda mais difícil a tarefa do apuramento.
No momento em que escrevo esta crónica, o jogo entre Portugal e a Dinamarca está no intervalo e os meus receios não eram infundados. Portugal exerceu um domínio avassalador a partir dos 20 minutos de jogo e tanto Cristiano Ronaldo como Simão Sabrosa podiam ter marcado em pelo menos duas ocasiões. Os dois jogadores estiveram em posição privilegiadíssima para marcar, em frente ao guarda-redes mas atiraram à figura em duas ocasiões e noutras duas atiraram para fora.
Em futebol costuma dizer-se que quem não marca se arrisca a sofrer golos e assim aconteceu. Já quase a terminar a primeira parte, numa jogada rápida de contra-ataque, os dinamarqueses colocaram a bola na grande área e um dos avançados (creio que fez falta antes sobre o defesa português), dominou a bola com o peito e de pé esquerdo introduziu a bola na baliza sem hipóteses para Eduardo.
Na segunda parte, se Portugal continuar tão perdulário, a desperdiçar ocasiões flagrantíssimas de golo, então a Dinamarca conseguirá ganhar a partida, ficar à frente de Portugal com dez pontos de avanço e assegurar o primeiro lugar do grupo, um pouco à custa da Selecção das Quinas a quem impôs duas derrotas, cenário completamente impensável antes dos jogos se realizarem.
Enquanto há vida há esperança e, de facto, se Portugal conseguir fazer uma boa segunda parte e traduzir em golos o futebol jogado, é bem possível que ainda consiga dar a volta ao resultado.
Talvez a entrada de Liedson e Nani fosse capaz de dar uma maior acutilância ao ataque da Selecção Portuguesa e, quem sabe, marcar dois ou três golos a uma Selecção que me parece estar perfeitamente ao alcance da equipa das Quinas.
Fico-me por aqui para ver a segunda parte e faço votos para que possa festejar pelo menos dois golos sem resposta.