quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

OS HABITUAIS "FAIT-DIVERS" DO FUTEBOL PORTUGUÊS


Com inusitada frequência, surgem no futebol português, propositados e habilidosos "fait-divers" com o único intuito de desviar as atenções das questões essenciais e dos verdadeiros casos.

Recentemente, a propósito de um pequeno sururu que se gerou no final do jogo Benfica/Nacional, entre Jorge Jesus e um jogador da equipa da Madeira, o jovem técnico do Futebol Clube do Porto veio a terreiro comentar o caso, dizendo que foi tratado por "miúdo" pelo treinador do Benfica e de não aguentar a pressão, devido às expulsões que sofreu aquando dos empates protagonizados pela sua equipa.

Agora, devido ao tal sururu ocorrido no último jogo do Benfica, Vilas Boas vem dizer que "afinal o graúdo faz figuras piores".

Na sequência deste comentário, Jorge Jesus vem dizer que nunca chamou "miúdo" ao treinador do FCP mas sim, jovem treinador e que o verdadeiro caso da jornada foi o penalti inventado contra o Beira-Mar pelo árbitro João Ferreira e que deu a vitória e os três pontos à equipa azul e branca, poupando-a da perda de dois pontos.

Ora, este filme já se passou com o Vitória de Setúbal e com a Naval, em que a equipa portista também ganhou por 1-0 com golos obtidos da marca de grande penalidade e que na opinião dos comentadores desportivos, também não houve infracção que justificasse o castigo máximo.

Com arbitragens isentas, o FCP teria perdido pelo menos seis pontos e a distância para o segundo classificado seria de apenas dois pontos. Esta é que é a verdadeira questão a que Vilas Boas procura fugir, falando de outros problemas que nem sequer têm a mesma gravidade, já que falsificar resultados, tira toda a verdade desportiva a um Campeonato em que uns são beneficiados e outros prejudicados.

O herói dos Dragões, Hulk, para além de ser um óptimo atleta, é também um excelente encenador, tal como se viu em Aveiro, fabricando penaltis com uma facilidade espantosa. Também me parece que alguns árbitros, quando a equipa do norte está em dificuldade, estão mortinhos por ver um lance de disputa de bola dentro da grande área adversária para marcar penalti, pois só assim se justifica a marcação dos castigos máximos referidos.

Porém, ao contrário do que acontece com o FCP, noutros casos, há mesmo faltas para castigo máximo e os árbitros fazem sucessivamente vista grossa.

O treinador Vilas Boas, não aceitaria, de forma alguma, que a sua equipa fosse penalisada com penaltis fantasmas. Se ele até reclama em situações em que não tem razão, o que não aconteceria se se visse na pele de Mozer, Manuel Fernandes ou Leonardo Jardim?

De facto deve ser muito difícil para um treinador ver-se espoliado de um ponto em condições tão injustas e já praticamente no final do jogo. Deve ser uma situação de angústia e revolta muito grande e uma frustração indescritível. Há que haver o máximo respeito pela equipa adversária, dirigentes, técnicos, atletas e massa associativa. Não esquecer que dentro das quatro linhas, as duas equipas lutam pelos mesmos objectivos e durante a semana desenvolvem o mesmo trabalho.
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Nenhuma equipa joga sozinha, as duas equipas em confronto merecem o mesmíssimo tratamento.
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O árbitro não pode fabricar resultados, não é essa a sua tarefa dentro do campo. Ao árbitro compete garantir a disciplina e apitar com critérios justos e equitativos para os dois lados, abstendo-se dos nomes dos clubes e dos jogadores em confronto.
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Tem que haver verdade no futebol e no desporto em geral e acabar com este tipo de "fait-divers" que só servem para encobrir a verdade.
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Deixemos de uma vez por todas de dar razão a quem nos apelida de república das bananas e sejamos capazes de ganhar o respeito e a consideração de todos quantos assim pensam de nós.



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