
SPORTING 2 - VITÓRIA 3
Acompanhei pela televisão a primeira parte do jogo Sporting/Vitória de Guimarães e reconheço que os leões estiveram bem melhor do que o seu adversário, jogando rápido e fazendo circular a bola ao primeiro toque. O Sporting jogou prático e bonito e os adeptos gostaram, não se cansando de incentivar e aplaudir a equipa.
Ao final da primeira parte o Sporting poderia estar a vencer legalmente, com toda a justiça, se tivesse marcado os golos regularmente. Porém, isso não aconteceu, visto que no primeiro golo Valdez estava em posição irregular e no segundo, a bola chutada da marca de pontapé de canto por Vukcevic, embateu primeiro na barra e depois bateu no chão, bem para fora da linha de golo. Como se isso não bastasse, Nilson sofreu falta dentro da pequena área mas o árbitro e o assistente que validou o golo fantasma não viram nada. Nilson, com carradas de razão protestou e viu o cartão amarelo.
Em futebol não pode ser utilizada a Lei da Compensação. Lá porque o Vitória de Guimarães foi beneficiado no jogo com o Benfica, não pode agora ser prejudicado contra o Sporting. Roubar a uns para dar aos outros, retira credibilidade e justiça ao futebol e faz com que cada vez menos adeptos vão aos estádios.
Há coisas que não se compreendem: Validar um golo que não foi e que não oferece qualquer dúvida porque é bem visível que não foi, é estranho e causa muitas dúvidas nos verdadeiros desportistas sobre a verdade desportiva. O assistente Nelson Moniz assinalou um golo que não viu mas para as estatísticas e para o resultado do jogo serviu.
Como pode haver verdade desportiva se uma equipa no final da primeira parte já encaixou dois golos irregulares? Como fica o ânimo da equipa prejudicada e da equipa beneficiada? Acham que fica igual?
Numa outra jogada, Abel agarrou ostensivamente Edgar, impedindo-o de prosseguir o ataque e o árbitro ficou com a cartolina amarela no bolso; Maniche teve uma entrada violenta sobre Rui Miguel e a cartolina também não foi exibida; noutra situação, Postiga cortou a bola com a mão e devia ver o segundo amarelo mas o árbitro deixou passar em claro a infracção. Há dualidade de critérios na punição das infracções, em claro benefício de uma equipa e em manifesto prejuízo da outra.
Para a história do jogo, fica um resultado enganoso ao intervalo, já que o Sporting não marcou nenhum golo legal e o segundo foi mesmo escandaloso! É daquelas situações que jamais deveriam acontecer em futebol porque é brincar com a dignidade dos atletas, dos adeptos e do Clube injustiçado.
Embora goste muito de futebol, foi por causa destas situações absolutamente inadmissíveis que deixei de ir aos estádios e, de certa forma, influenciei também outros familiares a fazerem a mesma coisa.
Perante situações tão graves que prejudicam uns clubes e beneficiam outros, porquê tanta resistência à utilização das novas tecnologias na decisão de lances polémicos? A quem interessam essas situações? Os árbitros não podem carregar sobre os seus ombros tanto poder e tanta responsabilidade, para o bem e para o mal. Os erros da arbitragem, por incompetência, erro ou deliberados, têm que poder ser corrigidos, depois de confirmados, através da visualização das imagens do lance.
Mas voltemos ao jogo e à segunda parte porque tudo se alterou profundamente e, como se costuma dizer "Deus escreveu direito por linhas tortas".
O Vitória veio do balneário com uma alteração, João Alves entrou para o lugar de Toscano e com intenção de contrariar o resultado. Os minhotos começaram por equilibrar a partida e a criar grandes dificuldades à defensiva leonina. O jogo estava agora repartido mas a equipa minhota mostrava mais frescura e adivinhava-se que podia chegar ao golo.
O resultado manteve-se em 2-0 até aos 73 minutos, altura em que Maniche foi expulso por ter atingido Rui Miguel com um pontapé e a partir daí tudo mudou, pois aos 78 minutos, Targino que tinha substituído Edson aos 62 minutos, inaugurou o marcador. O mesmo Targino, dois minutos volvidos, faz o empate 2-2. Nesta altura, a equipa do Sporting arrastava-se em campo e aos 89 minutos, Bruno Teles, num ressalto de bola, já dentro da pequena área, faz o terceiro golo do Vitória, acabando por vencer um jogo em que sofreu dois golos irregulares.
O Sporting acabou por perder um jogo que poderia ter ganho, provavelmente, devido à expulsão do experiente jogador Maniche mas se isso acontecesse, ficaria sempre um forte sabor a injustiça, devido à irregularidade dos golos.
Depois da pesada derrota do Benfica no estádio do Dragão, festejada exuberantemente pelos adeptos leoninos, o Sporting não fez melhor no seu estádio, frente ao Vitória de Guimarães e, nesse aspecto, causou também uma grande decepção aos seus adeptos.
As duas equipas da 2ª Circular estão a fazer um Campeonato horrível e nesta altura, à 10ª jornada, já levam 12 e 15 pontos perdidos e estão a 10 e a 13 pontos do líder.
Enquanto os dois clubes de Lisboa festejarem as derrotas um do outro, dificilmente terão sucesso e com tal atitude, vão contribuindo para o sucesso dos outros.
Parabéns ao Vitória e parabéns ao F. C. Porto pelas suas excelentes vitórias.