
Árbitro da 1ª mão não ajudou
Este é um blogue onde opinarei sobre os temas desportivos mais diversos, criticando, elogiando e dando sugestões, sempre dentro daquele espírito construtivo e respeitador que deve caracterizar as pessoas de bem. Há uns largos anos, para definir DESPORTO, como não me ocorreu coisa melhor, escrevi o seguinte: "Atentar contra a beleza, a pureza e a inocência de uma criança, é crime. Atentar contra a pureza de princípios que deve nortear o desporto nas suas múltiplas vertentes, é crime também".
Há realmente alguns jogos espectaculares, mesmo sem golos mas o que realmente entusiasma e faz vibrar numa partida de futebol, são os golos, de preferência muitos. Os golos são o tempero que torna aliciante e apetitoso o futebol, tal como o sal dá um paladar mais gostoso à comida.
Na jornada inaugural, em oito jogos, apenas uma vitória pela margem mínima e sete empates, sendo que quatro foram 1-1 e três foram 0-0.
Enquanto que nas Ligas Europeias há uma evolução de métodos técnico/tácticos que faz dos jogos de futebol um espectáculo cada vez mais atractivo e empolgante, em que os adeptos acorrem em massa aos estádios, em Portugal, o fenómeno é inverso e continuamos mergulhados nesta miséria franciscana, em que se marcam nove golos em oito jogos e, segundo rezam as crónicas, a qualidade dos espectáculos foi deprimente.
A verdade é que há responsáveis pela fraca qualidade do futebol em Portugal e na linha da frente, surgem os dirigentes federativos e o Estado, os dirigentes dos Clubes e a estrutura da arbitragem que permite aos seus membros, jornada após jornada, uma interferência negativa e despudorada na construção dos resultados. Para além disso, as suas desastradas actuações, descaradamente parciais, premeiam e beneficiam, quase sempre, as equipas que queimam tempo, promovem a simulação e o anti-jogo, recorrendo a todo o tipo de infracções, para desespero das equipas que pretendem apenas jogar bom futebol, marcar golos e, se possível, alcançar a vitória.
Há de facto um conjunto de árbitros que dão nas vistas pela negativa e sobre eles, só posso fazer a seguinte apreciação: ou são realmente péssimos profissionais e não conseguem fazer melhor ou então actuam deliberadamente, com intenção de favorecer umas equipas e prejudicar outras.
Quanto aos dirigentes das estruturas federativas e dos clubes, eles são os principais responsáveis porque não estão interessados em criar regras claras que acabem de vez com situações de impunidade que minam e descredibilizam o futebol.
Da situação de impunidade e das lacunas da lei, tiram proveito os chico-espertos, os batoteiros e os falsos desportistas, em benefício dos seus clubes e, nesse sentido, não estão interessados em alterar sequer uma vírgula aos actuais regulamentos.
Que uma boa parte dos dirigentes dos clubes, por uma questão de oportunismo, não estejam interessados em mover uma palha para credibilizar o futebol, não nos causa qualquer surpresa, o que verdadeiramente nos espanta, é que os órgãos federativos, em estreita colaboração com a Secretaria de Estado do Desporto, não sejam capazes de o fazer, legislando e aprovando as leis que forem necessárias para acabar de vez com o trabalho sujo dos mandantes do nosso futebol.
Na actual situação, um ou outro clube colhe benefícios mas a maioria é prejudicada e o futebol vai "morrendo" aos poucos, perdendo toda a capacidade de mobilizar e arrastar multidões, acabando os estádios por ficar praticamente vazios.
Haverá alguém com responsabilidade, capacidade e coragem para salvar o desporto-rei da agonia em que se encontra, devolvendo-lhe a verdade desportiva que é o seu principal pilar de sustentação?
É imperioso que apareça alguém a dizer que sim.
O Sporting iniciou o jogo deliberadamente ao ataque e podia ter marcado logo no primeiro minuto de jogo, na sequência de um grande remate de Moutinho. Contra a corrente do jogo, a Fiorentina aproveitou um contra-ataque e chegou ao golo. Foi um grande balde de água fria mas o Sporting reagiu bem, chegou ao empate por Vukcevic que logo de seguida foi expulso por ter despido a camisola e ter sido admoestado com o segundo amarelo.
Com menos um jogador, o Sporting passou algum tempo para acertar as agulhas e, com alguma felicidade, chega à vantagem aos 65 minutos. Parecia que o Sporting tinha o jogo controlado e que poderia conservar a vitória mas a Fiorentina que até aí estava a tentar conservar o empate, aumentou o ritmo de jogo e chegou ao 2-2 aos 78 minutos, nada mais acontecendo de relevo até ao final do encontro.
Não posso terminar esta despretenciosa crónica sem falar do trabalho vergonhoso do árbitro nomeado para dirigir o encontro que na dúvida, decidiu sempre contra o Sporting e em lances que podia ter expulso Gamberini por ter agredido Liedson e o central Dainelli por agarrar Moutinho em perigoso contra-ataque, limitou-se a exibir o cartão amarelo, no primeiro caso e a fazer vista grossa no segundo.
Viktor Kassai da Hungria, no estádio do Sporting, teve o desplante de se comportar como se o jogo decorresse em casa da Fiorentina. Respeitou demais os atletas italianos e tratou os portugueses como uns coitaditos. No final do encontro, Paulo Bento teceu duras críticas à arbitragem e afirmou que na UEFA, tem mais peso o 4º classificado do campeonato italiano do que o 2º classificado do campeonato português e, na minha óptica, teve razões de sobra para o fazer. Louvo a sua coragem e frontalidade.