domingo, 17 de maio de 2009

O TIRA-TEIMAS FOI FAVORÁVEL A QUIQUE

Se os dirigentes do Sport Lisboa e Benfica estavam à espera deste confronto entre Jorge Jesus e Quique Flores para decidir qual dos dois orientará a equipa na próxima época, o actual técnico dos encarnados ganhou muito justamente a aposta.
De facto, ao vencer o encontro em Braga, aproveitando alguns brindes do adversário mas adoptando uma surpreendente postura em campo, muito aguerrida e dinâmica, com os jogadores a cair ràpidamente sobre os adversários quando tinham a bola, tal atitude valeu alguns preciosos roubos de bola, dos quais resultaram dois golos.
Na verdade, o Benfica teve mais facilidades do que estaria à espera e praticamente controlou o jogo durante toda a partida.
As ocorrências mais extraordinárias foram protagonizadas pelo árbitro da partida, Soares Dias que fechou os olhos a várias faltas graves sobre os jogadores do Benfica, especialmente sobre Reyes, Di Maria e Cardoso, algumas passíveis de cartão amarelo; não esquecer que a entrada mais dura da partida foi cometida por Luis Aguiar sobre Katsouranis que acabaria por ser substituído e não foi sancionada com cartão amarelo.
Escandalosa aquela falta assinalada a Di Maria, num soberbo roubo de bola limpíssimo, em que o jogador corria isolado para a grande área; várias faltas não assinaladas sobre Reys mas castigando o jogador do Benfica com um cartão amarelo e várias faltas inexistentes.
Mas bizarra, bizarra, ridícula e caricata, foi a expulsão do treinador do Benfica, quase a terminar o jogo, por este protestar as suas inúmeras decisões erradas em prejuízo do Benfica.
Quique Flores foi um eloquente gentleman para os árbitros, ao longo de toda a época, recusando sempre comentar o seu trabalho e dizendo até, em sua defesa, que a missão deles é muito difícil.
Não ganhou nada com isso, antes pelo contrário porque os árbitros prejudicaram demasiado a sua equipa em diversas jornadas.
Em Portugal e mais concretamente no mundo do futebol, as pessoas que actuam com ética e fair-play, são precisamente aquelas que são mais penalizadas.
Nesta penúltima jornada, Quique Flores quis demonstrar aos dirigentes da arbitragem portuguesa, com a sua reacção enérgica às más decisões do árbitro, que não é cego e que também não é Santo; mas Quique Flores ao tomar esta inesperada atitude, quis também demonstrar todo o seu descontentamento com essas decisões, as quais lhe roubaram a possibilidade de conquistar o segundo lugar na Liga Sagres.
O Senhor Soares Dias adoptou mais uma vez aquela máxima de fazer pagar o justo pelo pecador, penalizando um homem que foi correctíssimo com os árbitros ao longo de toda a época e neste jogo não faltou ao respeito a ninguém, apenas protestou e com razão.
Ao contrário, outros treinadores tiveram comportamentos muito graves, desrespeitando tudo e todos e nada lhes aconteceu.
No desacreditado futebol portugês, o crime compensa.
Na próxima época, se continuar no Benfica, aposto que o espanhol jamais manterá o mesmo comportamento porque verificou que aqueles que condicionaram e pressionaram os árbitros obtiveram bons dividendos.

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